49% dos jovens ingerem bebidas alcoolicas

//
País dispensou 0,5% de seu PIB para tratar doenças relacionadas ao tabaco, segundo levantamento da Aliança do Controle do Tabagismo, a ACT
O Brasil gastou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 para tratar doenças relacionadas ao tabaco, conforme levantamento feito pela organização não governamental Aliança do Controle do Tabagismo (ACT). Os gastos somaram quase R$ 21 bilhões no ano passado. O Dia Nacional de Combate ao Fumo é lembrado hoje (29) em todo o país.
De acordo com os dados da ACT, 82% dos casos de câncer de pulmão no país são causados pelo fumo. Outros problemas de saúde também são provocados pelo cigarro: 83% dos casos de câncer de laringe estão relacionados ao tabagismo, 13% dos casos de câncer do colo do útero e 17% dos casos de leucemia mieloide.
No Distrito Federal (DF), por exemplo, a arrecadação, em média, é R$ 6,2 milhões mensais com a venda de cigarros (o valor corresponde a 25% do preço por carteira vendida). Por outro lado, o governo local gasta R$ 18 milhões por mês com o tratamento de doenças vinculadas ao fumo, segundo o pneumologista e coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Celso Rodrigues.
Para o médico, os números mostram o impacto do vício na saúde. De acordo com Rodrigues, o tabagismo cria dependência química, física e psicológica, o que influencia no tratamento. “É muito importante que a pessoa entenda a relação dela com o cigarro. Ela tem que entender por que fuma, por que deseja parar de fumar e onde está a dificuldade, por que não parou até agora”, explica.
A secretaria oferece terapia em grupo, durante um ano e três meses, em 62 unidades de saúde e em 47 empresas habilitadas a atender funcionários interessados em parar de fumar. Ações de prevenção e promoção de saúde também são promovidas em escolas.
Em média, 500 fumantes iniciam o tratamento nas unidades de saúde a cada mês. Cerca de 400 pacientes conseguem deixar o fumo, sendo que 200 têm recaídas durante a terapia – quando os pacientes são orientados a buscar a secretaria novamente caso voltem a fumar.
O cigarro vicia porque o principal componente – a nicotina – faz com que o cérebro libere dopamina, hormônio que dá uma sensação agradável. O organismo do fumante passa a pedir doses maiores de nicotina para que a sensação se repita e a pessoa sente necessidade de fumar cada vez mais.
Os males causados pelo fumo não são apenas relacionados ao sistema respiratório. Segundo Mônica Andreis, vice-diretora da ACT, as pessoas ligam o cigarro somente ao câncer de pulmão. “Ele também causa câncer de bexiga, boca, língua, faringe, problemas de fertilidade e derrame cerebral.”
Fonte: Agência Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou notificação a 14 laboratórios farmacêuticos para que informem a condição de estoque de alguns medicamentos em um prazo de 24 horas. De acordo com o órgão, essas empresas são responsáveis por produtos cuja distribuição estaria sendo afetada pela greve dos funcionários da Anvisa. A agência também solicita aos laboratórios que informem o motivo para a possível falta de produto e avisem sobre “qualquer problema que ocorra relacionado a liberação de medicamentos” para que possam ser tomadas medidas emergenciais para garantir o abastecimento. Entre os medicamentos que a Anvisa solicita informações estão alguns utilizados para o tratamento do câncer e do diabetes, como a insulina. Também estão na lista outros produtos como fios de sutura, kits de diagnóstico e soluções parenterais que são aplicadas diretamente na coerente sanguínea, como soro ou glicose. Fonte: Agência Brasil
Por trabalharem com instrumentos cortantes e perfurantes, sob constante risco de contato com sangue de clientes, manicures e tatuadores são alguns dos profissionais mais vulneráveis a contrair hepatite. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 33 mil novas pessoas são infectadas anualmente no Brasil por hepatites virais.
De olho na proteção dessas pessoas, o Ministério da Saúde abriu o concurso cultural Arte, Prevenção e Hepatites Virais para Tatuadores e Manicures. As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de setembro. Os prêmios vão de televisões a quantias de R$ 2 mil e R$ 5 mil. O edital está disponível na internet.
Cada vez mais, esses profissionais se tornam conscientes de que devem reforçar a proteção contra a doença, especialmente com o uso de luvas e óculos de proteção, além de realizarem a vacinação. Mesmo conhecendo os riscos, entretanto, nem todos seguem integralmente as recomendações.
“No momento que estou fazendo as unhas do cliente, tomo sempre cuidado, mas não uso luvas, embora sei que tenho que usar. Não consigo ficar com elas por muito tempo, acho desconfortável. Após fazer as unhas [das clientes], lavo as mãos e passo álcool gel”, disse a manicure Gleiziane Abrantes, 28 anos.
Atualmente, existem três principais tipos identificados de hepatite, uma doença do fígado: A, B e C. Entre 1999 e 2011, foram registrados 120 mil casos da hepatite B e 82 mil da C. A hepatite A tem tido queda de incidência, com 3,6 mil casos em 2011.
A dona de um salão de beleza em Brasília, Marina Praia, entrou em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber como proceder para garantir a segurança de clientes e empregados do empreendimento. Ela recebeu como orientação o uso de autoclave, um equipamento que esteriliza materiais metálicos, como aço e inox, a altas temperaturas.
“Tomo todos os cuidados necessários para evitar as doenças muito divulgadas, desde micose até hepatites e outras doenças mais graves”, explicou Marina.
Cada tipo de hepatite tem diferentes tipos de contágio, sintomas e tratamento. No caso da hepatite A, o tipo mais brando da inflamação no fígado, a doença é transmitida via oral, por meio de água ou alimentos contaminados. É um vírus autolimitado, que as próprias defesas do corpo do portador conseguem combater. O principal sintoma é diarreia.
De acordo com a médica infectologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Celeste Silveira, muitas pessoas contraem a hepatite A e não sabem que estão contaminadas. Celeste explicou que o principal tratamento é repousar, para estimular as defesas do organismo.
As hepatites B e C são transmitidas sexualmente ou pela via sanguínea. O contágio é feito por meio de sexo sem preservativo e do uso de materiais não esterilizados e de uso compartilhado – como agulhas, alicates e instrumentos cirúrgicos e odontológicos. Os principais sintomas são febre, icterícia (aspecto amarelado na pele e nos olhos) e mal-estar. A faixa etária mais atingida por esses tipos é entre 20 e 39 anos.
A principal diferença entre os tipos B e C de hepatite é o risco de a doença se tornar crônica. Os sintomas são semelhantes, assim como o tratamento, feito com imunomoduladores – como o interferon – e outros antivirais administrados concomitantemente.
O objetivo do medicamento é estimular as defesas do paciente para que o sistema imunológico combata o vírus. Segundo a médica, cerca de 70% dos casos de hepatite C não são curados e voltam a incidir. O que diferencia as hepatites B e C são testes laboratoriais.
A reincidência da hepatite pode comprometer as funções do órgão e causar câncer ou cirrose – cicatrizes que se formam no fígado, causando um endurecimento do tecido, prejudicando seu funcionamento.
Não há vacinas contra a hepatite A, tipo mais benigno da doença e mais incidente em crianças. Para o tipo C, também não há vacina. Contra a do tipo B, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vacina, administrada em três doses.
“Eu tomo muito cuidado na hora de fazer a tatuagem para não pegar doenças e também tomo as vacinas recomendadas pelo governo. O profissional que não fizer isso pode contaminar a pessoa e se contaminar. Eu fiz um curso de prevenção contra doenças e caso aconteça algum acidente, sei quais procedimentos tomar até chegar ao hospital”, disse o tatuador Bruno Pessoa, 38 anos.
Para evitar a contaminação da hepatite C, a médica Celeste Silveira orienta para o uso de preservativos, a realização de exames pré-natais (para evitar o contágio de mãe para filho) e o não compartilhamento de materiais perfurantes descartáveis, como agulhas e seringas.
Para o tratamento por meio de acupuntura, a opção é manter kit individual de agulhas. No caso de materiais cirúrgicos e odontológicos, deve ser feita esterilização. Em salões de beleza, deve-se dar preferência ao uso individual de alicates e outros instrumentos. Em estúdios de tatuagem, deve-se observar se são usadas agulhas descartáveis.
“Eu fiz um treinamento que orienta [tatuadores] a trabalhar. Vi os riscos que corremos, todo cuidado é pouco. O curso serve para reduzir ou mesmo eliminar, os riscos de contaminação especificamente na área de tatuagem. Hoje está melhor para trabalharmos, há no mercado os materiais descartáveis. O preço ainda é alto, mas é mais seguro”, informou o tatuador Cláudio Ferreira, 38 anos.
Fonte: Agência Brasil
A campanha de atualização da caderneta de vacinação infantil termina amanhã (24) em todo o país. De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, mais de 3 milhões de crianças menores de 5 anos já compareceram aos postos de saúde.
Desse contingente, 845.455 mil foram vacinadas contra doenças como a poliomielite, o sarampo, a rubéola, caxumba, coqueluche e meningite. O número representa 28% do total de crianças que visitaram os postos de vacinação, sendo que nem todas precisaram tomar alguma vacina porque já estavam com acaderneta em dia.
O objetivo da ação, segundo o governo, é reduzir as taxas de abandono do esquema vacinal e, consequentemente, diminuir o risco de transmissão de doenças que podem ser prevenidas.
Estão disponíveis todas as vacinas do calendário básico infantil, incluindo a pentavalente e a Vacina Inativada Oral contra a Poliomielite (VOP), lançadas este ano. A primeira reúne em uma única aplicação a tetravalente (que protege contra a difteria, o tétano, a coqueluche e meningite) e a dose contra a hepatite B. Já a VOP é indicada para crianças que nunca foram imunizadas contra a pólio.
Durante a campanha, menores de 5 anos que vivem nas regiões Norte e Nordeste, no Vale do Jequitinhonha e no Vale do Mucuri, ambos em Minas Gerais, também vão receber suplemento de vitamina A. A ação faz parte do Programa Brasil Carinhoso, lançado em maio deste ano, que tem como meta a superação da extrema pobreza na primeira infância.
Fonte: Agência Brasil
Nos anos 70, Kenneth Cooper revolucionou o mundo esportivo dizendo que o meio-termo entre a caminhada e a corrida era o segredo da saúde. Na virada do século, todo mundo apertou o passo e passou a correr, literalmente, atrás da qualidade de vida. Agora, médicos pedem calma e indicam a caminhada como fonte da juventude. Só que, atenção: caminhar é caminhar, não é passear. O hábito de andar regularmente –e rapidamente– a seis quilômetros por hora está ligado à melhora na circulação sanguínea e nos níveis de colesterol, à prevenção de doenças cardíacas, diabetes e alergias e até à redução da incidência de alguns tipos de câncer, mostram pesquisas. Mas muita gente pensa que andar é exercício para velhos, convalescentes. Não é. Assim como a corrida não é para todos e está longe de ser “democrática”, como entusiastas gostam de repetir. “Há preconceito em relação aos caminhantes, porque vivemos em um mundo no qual o desempenho é colocado acima até da saúde. Quem vive em um ritmo alucinado de treinos, sem acompanhamento, está sujeito a lesões inerentes à corrida, além de ficar estressado por carregar o peso de sempre estar no pico de sua performance. É desgastante”, afirma José Rubens D’Elia, educador físico e fisiologista do exercício. Andar é bom, correr também. Depende do objetivo e do praticante. Para quem quer sair do sedentarismo sem muitos sacrifícios, prevenir doenças e aproveitar o percurso, caminhar é ótimo. Para colher benefícios, no entanto, o caminhante deve estar atento à intensidade do esforço. É preciso andar rápido, não vale bancar a tartaruga –tendência da maioria. Pesquisa feita com caminhantes em três parques de São Paulo pelo Centro Universitário Ítalo-Brasileiro mostrou que a maior parte não empregava a força necessária para usufruir dos efeitos da caminhada. O coordenador da pesquisa, Vitor Tessutti, lembra que a atividade será ineficaz se for feita a passos vagos. “Dessa forma será gerado um estímulo débil no organismo, que não causará adaptação muscular e cardiovascular e não melhorará o condicionamento”, diz ele, formado em esportes e mestre em ciência da reabilitação pela USP. Quem pretende alcançar condicionamento físico em um período mais curto vai preferir a corrida. Em relação à caminhada, porém, os riscos de lesão são maiores. Pesquisa com 574 atletas, publicada no “British Journal of Sports Medicine” em 2007, mostrou que 92% dos corredores estavam machucados. Segundo Tessutti, o risco pode ser reduzido com acompanhamento e treino certo. LESÃO E ALEGRIA Correr, evidentemente, é mais eficaz e rápido para quem quer perder peso. “Perdi os 30 quilos que ganhei na gravidez correndo. No começo, fazia esteira. Depois, fui para a rua e não parei mais”, conta a produtora de moda Paula Narvaez, 29. Ela sabe bem os males da atividade: “Correr dá barato, vicia, machuca, cedo ou tarde. Só que também traz alegria, deixa o corpo bonito, manda embora o estresse, une pessoas de todos os tipos e classes e isso atropela os contras da corrida, como bolhas nos pés, unhas que caem, mamilos machucados”. Mulheres que correm podem machucar não apenas os seios. De acordo com Paulo Zogaib, médico do esporte e fisiologista da Unifesp, há casos de incontinência urinária causados pelo impacto da corrida. “A uretra da mulher é muito menor que a do homem. Se há uma pressão aumentada na bexiga, esse órgão não consegue conter a urina”, diz. O PRÓXIMO PASSO Em compensação, na corrida o praticante tem mais benefícios aeróbicos em menos tempo. Há quem diga até que a corrida é o passo seguinte à caminhada. “O melhor condicionamento físico e o trabalho mais forte dos membros superiores são as maiores vantagens da corrida”, opina Marcos Paulo Reis, especialista em tirar sedentários do sofá e colocá-los para correr. No entanto, o impacto de correr pode prejudicar as articulações. Para quem está acima do peso, as chances de lesão no aparelho locomotor são de 80%, conforme Reis. “Eu era corredora, fazia provas de dez quilômetros. Hoje, caminho. Acho mais eficiente para manter meu peso e meu condicionamento”, depõe a nutricionista Nicole Odenheimer Trevisan, 41. Ela, que se diz perfeccionista, conta que quando corria se sentia obrigada a seguir planilhas e atingir metas. “Caminhando, me sinto liberta da pressão por resultados.” Foi caminhando que a treinadora e especialista em fisiologia do exercício Camila Hirsch completou, 15 anos atrás, a maratona de Nova York. Em um grupo de cinco pessoas, fez 42 quilômetros em 6 horas e 31 minutos (equivale a um ritmo de 6,9 quilômetros por hora na esteira). “Três pessoas do grupo não podiam correr por questões de saúde, mas o resto caminhou por opção. Foi incrível. Cumprir caminhando uma prova cujo objetivo é correr foi uma adaptação e uma quebra de barreiras”, diz. Para a treinadora, os efeitos da caminhada “são exatamente os mesmos” da corrida. “O trabalho nos glúteos é até mais forte, porque as pisadas são de calcanhar e a sobrecarga fica mais concentrada na região do quadril.” O problema, diz Camila, é a monotonia. Geralmente, os caminhantes realizam a mesma carga de exercício. A saída é alternar dias de caminhadas mais aceleradas e outros com ritmo mais lento, alternando também lugares íngremes e regiões planas. “A caminhada precisa ter esse tipo de renovação. Se não houver intensidade, o benefício de emagrecimento vai diminuir aos poucos, como também o ganho de massa muscular.” Fonte: Folha de S. Paulo
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a venda no país do primeiro remédio específico para tratar a dor da endometriose, doença que afeta o endométrio (membrana interna do útero) e atinge 6 milhões de brasileiras. Segundo os médicos, a principal vantagem do novo medicamento (Allurene) é o uso prolongado e por via oral. Antes, o único tratamento aprovado para a doença eram drogas que interrompem o funcionamento dos ováris, causado uma menopausa temporária (análogos do GNRH). São administradas por injeção ou aerossol nasal. O problema é que elas não podem ser usadas por mais de seis meses porque tiram o cálcio dos ossos, levando à perda óssea (osteoporose). Outra opção (off label, ou seja, usada sem indicação oficial para esse fim) é o DIU Mirena, que bloqueia a menstruação e inibe o crescimento do endométrio. Mas muitas mulheres não se sentem confortáveis com ele. Para o ginecologista da Unicamp Carlos Alberto Petta, o Allurene não é a droga definitiva para tratar endometriose, mas é a única novidade nos últimos anos. Estudos clínicos demonstraram que o remédio alivia, principalmente, as dores menstruais e as que surgem durante relação sexual. Petta afirma, porém, que ainda não foram estudados os efeitos do remédio em grupos específicos de mulheres com endometriose, como aquelas em que a doença já se instalou no intestino ou na parede externa dos ovários (endometrioma). AÇÃO DO REMÉDIO O remédio é um repositor hormonal que inibe a produção do estrógeno no endométrio- o estrógeno é que alimenta a doença. Segundo o ginecologista Maurício Simões Abrão, professor da USP, o medicamento pode causar alteração do sangramento menstrual. Outros efeitos colaterais são dores de cabeça, desconforto nos seios e depressão. O preço da droga, em torno de R$ 170 (para cada caixa com 28 comprimidos de 2 mg), é um outro fator limitante para mulheres com poder aquisitivo menor. Petta e Abrão também alertam que ainda não há cura para a doença e que o tratamento deve ser adaptado para cada paciente. “Não existe uma única abordagem ideal”, diz Petta. Estudos demonstram que quase metade das mulheres com endometriose pode sofrer de infertilidade. O diagnóstico costuma ser tardio. A mulher leva, em média, sete anos entre o início dos sintomas e a detecção e tratamento da doença. DEMORA Entre as mais jovens (abaixo dos 20 anos), o tempo é ainda maior: 12 anos. “A demora do diagnóstico está claramente associada ao avanço da doença”, diz Abrão. Falta de informação e acesso aos serviços de saúde são as principais motivos. Segundo Abrão, o Ministério da Saúde estuda montar um programa com capacitação de médicos do SUS para um diagnóstico mais rápido e eficaz da doença. Hoje, o tratamento está disponível, principalmente,em centros médicos ligados às universidades públicas. Fonte: Folha de S. Paulo
Washington – A versão masculina da pílula anticoncepcional nunca esteve tão perto da realidade, afirma uma pesquisa que acaba de ser publicada numa das principais revistas científicas do mundo, a “Cell”. Por enquanto, a substância, conhecida pelo codinome JQ1, só foi testada em camundongos e ratos, mas isso não impediu os pesquisadores de usar uma linguagem confiante que não é muito comum em artigos científicos. “Acreditamos que nossas descobertas poderão ser adaptadas completamente para seres humanos, criando uma estratégia inovadora e eficaz de anticoncepcional masculino”, afirmam. A bravata faz sentido? Cientistas não envolvidos no estudo dizem que sim. Em primeiro lugar, o método demonstrado por Martin Matzuk, da Faculdade Baylor de Medicina, no Texas, e James Bradner, da Universidade Harvard, é reversível. Bastou que os bichos usados no estudo parassem de levar injeções da JQ1 para que se tornassem totalmente férteis, gerando filhotes que, pelo que se sabe, são normais. A substância também não mexe com os hormônios sexuais, como a testosterona. Por isso, o interesse sexual, bem como a capacidade de cortejar fêmeas e copular com elas, ficou intacta nos roedores que foram usados como cobaias. O alvo da nova droga é uma proteína aparentemente crucial para “desempacotar” o DNA das células que estão virando espermatozoides. Esse processo complexo, com uma série de passos específicos, transforma as células normais nas criaturas extremamente especializadas que nadam rumo ao óvulo para fecundá-lo. Em essência, o que a JQ1 faz é travar esse desempacotamento, impedindo que os genes certos sejam ativados para essa metamorfose. O resultado foi uma redução dramática do número de espermatozoides dos bichos: após seis semanas de injeções duas vezes aos dia, só 11% das células normais estava presente. E mesmo os espermatozoides sobreviventes do massacre não “sabiam” nadar – só 5% deles se movimentava normalmente. Em entrevista, Martin Matzuk disse que ainda há muito o que melhorar. “Vamos tentar modificar a nossa molécula para que ela tenha ação mais específica. E também vamos pensar em como aplicar a substância em pacientes humanos”. De acordo com ele, o método final poderia ser uma pílula ou então injeções que permitam que haja uma a liberação lenta e gradual da substância no organismo masculino. O alvo da nova droga é uma proteína crucial para “desempacotar” o DNA das células que estão virando espermatozoides. Fonte: Diário do Nordeste