Pesquisa revela remédios mais consumidos pelos brasileiros
O que tem na sua caixinha de remédios? Descongestionantes, vitaminas, analgésicos à base de dipirona, pílula anticoncepcional, antigripais e calmantes, ao menos de acordo com pesquisas de mercado feitas pela consultoria IMS Health e pela Associação Brasileira de Medicamentos Isentos de Prescrição, que mostram os medicamentos mais vendidos nas farmácias do país.
A pedido da reportagem, especialistas comentam os riscos e os benefícios de algumas das categorias de drogas entre as mais procuradas pelos brasileiros.
ANALGÉSICO
Medicamentos à base de dipirona sódica, como o Dorflex, estão entre os mais populares no país.
O mecanismo de ação da dipirona, introduzida no mercado em 1922, ainda não é conhecido, mas estudos mostram que a droga faz seu trabalho de forma similar a outros analgésicos, inibindo a formação de substâncias envolvidas na inflamação e na sensação de dor.
Segundo o médico Anthony Wong, diretor do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica do HC de São Paulo), a dipirona baixa a febre com mais rapidez do que o paracetamol (Tylenol). Wong destaca que o paracetamol pode causar danos ao fígado e que a aspirina aumenta o risco de sangramentos e problemas no sistema digestivo.
“A aspirina, no entanto, é importante para quem tem problemas como trombose, infarto e artrite reumatoide, e estudos mostram que o uso preventivo pode evitar o surgimento de alguns tumores.”
Nos EUA, a dipirona foi retirada do mercado, na década de 1970, após estudos ligarem o uso do remédio à agranulocitose (redução da produção de células do sangue pela medula). Anos depois, esses estudos foram questionados. Outro efeito colateral da dipirona e de outros analgésicos é a síndrome de Stevens-Johnson, caracterizada por erupções nas mucosas.
CALMANTE
O Rivotril ou clonazepam foi o sexto medicamento mais vendido no país entre 2011 e 2012, isso apesar de exigir receita controlada.
A substância é da classe dos benzodiazepínicos, drogas que agem no cérebro, aumentando a ação de um neurotransmissor que inibe a atividade e a conectividade dos neurônios. Isso causa o efeito sedativo. No entanto, ainda há pontos nebulosos no mecanismo de ação da droga, vendida desde os anos 60.
As indicações principais do Rivotril são para tratar convulsões, transtorno de ansiedade e depressão, mas ele tem se tornado cada vez mais uma “droga social”, segundo o médico Anthony Wong, diretor do Ceatox do HC.
Para ele, a presença do medicamento entre os dez mais vendidos do país é “inadmissível”. “Ele tem grande potencial de criar dependência.”
VITAMINAS
No ranking de remédios isentos de prescrição que mais geram volume de venda, aparecem dois multivitamínicos: o Gerovital, que contém ginseng, vitaminas A, C, D, E e as do complexo B, além de minerais como ferro, e o Targifor C.
O uso de vitaminas como complemento nutricional é controverso. Segundo o nutrólogo Celso Cukier, só pessoas com deficiências precisam de uma dose extra. “A maioria das dietas já atinge as necessidades diárias.”
Entre os que podem precisar de suplementação estão os idosos. “Nesses casos, trabalhamos com vitaminas específicas em doses maiores.”
A ingestão exagerada pode causar efeitos colaterais. O excesso de vitamina A, por exemplo, pode causar danos ao fígado. Mas, segundo Cukier, problemas graves só vão acontecer se a pessoa usar altas doses por um período prolongado.
Segundo o médico, muitos dos efeitos esperados pelo consumidor de vitaminas não são comprovados. “Não há evidência de que vitamina C previna doenças, a não ser em caso de atletas de alta performance.”
Cukier afirma que o cansaço é um sintoma importante que leva à procura das pílulas. “O cansaço pode ser sintoma de uma cardiopatia, uma doença inflamatória. Tomar o polivitamínico pode retardar um diagnóstico.”
ANTIGRIPAL
O Neosoro, solução nasal contendo cloreto de sódio, cloreto de benzalcônio e cloridrato de nafazolina, foi o remédio mais vendido nas farmácias no último ano. Os “fãs” das gotinhas se reúnem em grupos no Facebook (“Neosoro” e “Clube dos viciados em Neosoro”), onde lamentam a rapidez com que dão cabo de um frasco.
Segundo o clínico Paulo Olzon, da Unifesp, o máximo que essa solução pode fazer é aumentar o conforto respiratório quando o ar está seco.
Além do sal, a fórmula tem um vasoconstritor e um antisséptico. Anthony Wong, do Ceatox, diz que o abuso da solução pode levar à hipertrofia da mucosa. “O nariz fica obstruído pela reação inflamatória, e não há remédio que vá desentupir.” Para Wong, é melhor usar soluções só com cloreto de sódio, para evitar efeitos colaterais.
Fonte: Folha de S. Paulo
A pneumonia é a doença que mais mata crianças menores de 5 anos e chega a ser responsável por 18% do total de mortes nessa faixa etária. De acordo com a Organização Mundial da Sáude (OMS), mais de 99% dos óbitos provocados pela pneumonia são registrados em países em desenvolvimento, onde a maioria das crianças não tem acesso ao sistema de saúde. No Dia Mundial contra a Pneumonia, lembrado hoje (12), a OMS pediu que os governos deem prioridade a esforços para reduzir as mortes provocadas pela doença, consideradas preveníveis. De acordo com a organização, a pneumonia é um dos problemas mais passíveis de solução no cenário da saúde global. Ainda assim, uma criança morre pela infecção a cada 20 segundos. “Mais esforços precisam ser feitos em investimentos na proteção, na prevenção e no tratamento de crianças contra as duas maiores causas de mortalidade infantil – a pneumonia e a diarreia”, destacou a OMS. A pneumonia é uma forma aguda de infecção respiratória que afeta os pulmões e pode ser tratada por meio de antibióticos, mas apenas 30% das crianças infectadas recebem o tratamento adequado. A estimativa é que a doença mate 1,2 milhão de crianças menores de 5 anos todos os anos no mundo, mais que os óbitos provocados pela aids, pela malária e pela tuberculose juntas. Fonte: Agência Brasil
O Ministério da Saúde alerta que as notificações de acidentes com animais peçonhentos cresceram 157% na última década. Em 2011, foram mais de 139 mil ocorrências com 293 mortes.
Cada hora que uma pessoa passa sentada depois dos 25 anos reduz sua expectativa de vida em 21 minutos, dez minutos a mais que fumar um cigarro, diz uma pesquisa australiana que acaba de ser divulgada. Esse é o segundo estudo em apenas um mês a concluir que passar muito tempo sentado eleva os riscos de diabetes e doenças cardiovasculares, além de encurtar a vida significativamente. A pesquisa foi desenvolvida por Jacob Veerman, da Universidade de Queensland, na Austrália, e publicada no “The British Journal of Sports Medicine”. Veermant, que é médico e especialista em modelagem preditiva – uso de estatísticas para fazer previsões -, usou dados de 12 mil australianos coletados por um levantamento nacional sobre diabetes, obesidade e estilo de vida. Os entrevistados responderam perguntas sobre seu estado de saúde, doenças que já tiveram, frequência em que se exercitavam, tabagismo e hábitos alimentares. No meio do questionário, a pergunta-chave: quantas horas de televisão você assiste por dia? O objetivo não era medir o tempo em frente à tela especificamente, e sim chegar a um número aproximado da quantidade de horas que a pessoa passava sentada. Com esses dados em mãos, os pesquisadores tentaram isolar o fator de risco trazido pela longa permanência sentado de outros hábitos pouco saudáveis como fumar e não se exercitar. A conclusão foi que um adulto que passa seis horas diárias sentado em frente à TV deve viver quase cinco anos a menos que uma pessoa que não assiste televisão. A previsão se aplica mesmo aqueles que fazem exercícios regularmente. Outro estudo sobre o tema foi publicado no jornal científico “Diabetologia”, da Associação Europeia de Estudo em Diabetes, e revisou 18 pesquisas que levavam em consideração não apenas o período em que a pessoa permanece sentada em frente à TV como também o tempo sentado no trabalho. Somados, os 18 estudos tinham uma base de 794.577 entrevistados. “Um adulto passa entre 50 e 70% de seu dia sentado”, afirma Emma Wilmot, endocrinologista da Universidade de Leicester, na Inglaterra, que conduziu a pesquisa. Em entrevista à Folha ela disse que o corpo humano simplesmente não foi projetado para passar tanto tempo sentado. “Quase todos os empregos hoje em dia obrigam as pessoas a ficarem sentadas na frente de uma tela. Quando saem do trabalho, o que elas fazem? Jantam, vão ao cinema, leem, assistem TV. Ou seja, continuam sentadas”, diz Wilmot. O estudo inglês afirma que pessoas que passam mais de sete horas diárias sentadas têm um aumento de 112% no risco de desenvolver diabetes, 147% no risco de doenças cardiovasculares e 49% no risco de morrer prematuramente mesmo que se exercitem regularmente. O que os médicos ainda não sabem exatamente é por que uma atividade tão trivial quanto sentar seria prejudicial ao corpo. Uma das possíveis explicações é a a ausência prolongada de contrações dos músculos esqueléticos, sobretudo nos músculos mais longos das pernas. “Quando o músculo não se contrai, ele consome menos energia. Essa energia se acumula no sangue na forma de açúcar, elevando o risco de diabetes e de outras doenças”, explica Veerman em entrevista à Folha. “Depois de meia hora sentado o corpo liga o ‘modo repouso’ e a taxa metabólica cai”, explica João Eduardo Salles, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes e professor da Santa Casa de São Paulo. Ficar de pé evita essa queda pois o músculo permanece rígido, o que consome mais energia. “De pé a mudança de posição é mais frequente, a pessoa se movimenta involuntariamente”, diz Salles. Mas pense bem antes de aposentar as cadeiras de casa. Para Raquel Casarotto, professora de fisioterapia da USP, soluções como trabalhar em pé usando mesas altas não são vantajosas. “Quem trabalha de pé sente dores nas pernas. Aqueles que precisam digitar nessa posição, em estações de trabalho altas, sobrecarregam a coluna, os braços e o pescoço”, explica. “O ideal é se movimentar. Se for para ficar parado é melhor sentar”, conclui. Já Antônio Chacra, endocrinologista e diretor do Centro de Diabetes da Unifesp, concorda com as conclusões das pesquisas, mas acha os números exagerados. “Essa contabilização exacerbada da saúde é coisa de médico americano. Fazendo isso você ganha quatro minutos de vida, fazendo aquilo perde dez. Reconheço que tem um papel didático, o paciente fica logo assustado, mas que é esquisito, isso é”, opina. Fonte: Folha de S. Paulo
O Estado apresenta quase o dobro de doadores se comparado com a média nacional que é de 12,9 por milhão Com 140 doadores efetivos de órgãos e tecidos para transplantes até setembro, o Ceará confirmou a posição assumida, no primeiro semestre do ano, de segundo Estado do Brasil com maior número de doadores efetivos por milhão da população (PMP). O Estado teve 22,1 doadores efetivos, atrás apenas de Santa Catarina, com 25,6 doadores efetivos por milhão da população, 120 doadores em número absoluto. Os dados são do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), divulgados, na semana passada, pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos e Tecidos (ABTO). Depois do Ceará, aparecem o Distrito Federal, com 20,8 doadores efetivos PMP, São Paulo com 19,1 e o Rio Grande do Sul com 17 doadores. Em relação à média nacional, que é de 12,9 doadores, na mesma proporção o Estado se destaca e apresenta quase o dobro de doações. O Ceará fez, nos três primeiros trimestres deste ano, 315 notificações de doadores potenciais. Destas, 140 foram efetivadas. Para a coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Eliana Barbosa, o Ceará ainda tem um grande potencial de crescimento e, segundo ela, o Estado poderia estar melhor colocado se aumentassem as notificações de possíveis doadores. “A nossa taxa de notificação de potenciais doadores é de 44%. Portanto, se conseguíssemos identificar um número maior, estaríamos, certamente em uma melhor classificação. Ainda há uma subnotificação”, diz. Contudo, conforme a coordenadora, para que mais doadores sejam identificados, é preciso que os profissionais da saúde estejam atentos e façam a abertura do protocolo para identificar a morte encefálica. E, segundo Eliana Barbosa, isso só acontece por meio de medidas educacionais. “Acho que a educação e a informação fazem a diferença, não só para a população de uma maneira geral, mas para os profissionais da saúde”, ressalta. Ela afirma que, somente neste ano, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) realizou em torno de quatro cursos de capacitação voltados para os profissionais da saúde na área da doação de órgãos: “São eles que identificam os potenciais doadores, fazem o diagnóstico e devem comunicar para Central de Transplantes. Temos que voltar muito esforços para os nossos profissionais”. Negativa familiar Segundo dados da ABTO, para a efetivação de doadores, foram realizadas no Ceará 222 entrevistas familiares e 76 famílias recusaram a doação, o que equivale a um percentual de 34%, maior causa da não efetivação de doadores. O dado classifica o Estado como o terceiro do Brasil com menores recusas de doação de órgãos e tecidos entre as famílias entrevistadas, atrás de Rondônia, com 33% e Minas Gerais, que aparece em primeiro lugar com 30% de recusas. Em todo o Brasil, até setembro, foram realizadas 2.617 entrevistas e 1.707 famílias recusaram a doação, representando 65% de respostas negativas. Eliana Barbosa ressalta que, no Brasil, a taxa de negativa familiar ainda é muito alta. Ela faz a afirmação baseando-se nos números de outros países, como a Espanha, que registra uma média de 34 doadores por milhão da população, se classificando em primeiro lugar em doações efetivas no mundo. Em seguida, segundo Eliana, está Portugal, com 30 doadores por milhão da população. Doe de Coração “Uma vez que a sociedade é esclarecida, ela doa, e o Ceará tem trabalhado muito isso em campanhas. Outro trabalho, muito bonito é realizado pelas associações de transplantados. Eles são verdadeiros parceiros dos pacientes que estão na fila de espera por um órgão”, ressalta. Eliana Barbosa, diz que os próprios transplantados agem como multiplicadores de informação. Contudo, a coordenadora afirma que o ato de doar ganha força, de fato, por meio da “Campanha Doe de Coração”, da Fundação Edson Queiroz. “A Campanha tem contribuído para diminuir a negativa familiar da doação de órgãos, através dos meios de comunicação, mobilizado a nossa sociedade e levando informação de qualidade”, conclui.
Três ministérios, 12 laboratórios públicos e 17 privados fecharam acordos.
O acidente vascular cerebral (AVC) é uma a doença que mais mata no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o número de mortes pelo AVC chega a quase 100 mil pessoas. Em 2000 foram 84.713 óbitos, passando para 99.726 em 2010.
