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Doenças crônicas são causa de 70% das mortes no CE

imageApesar de o Brasil ser um País ainda muito preocupado com as doenças infecciosas, como dengue, sarampo e tuberculose, elas são responsáveis por menos de 10% das patologias registradas no País. Enquanto isso, as doenças crônicas não transmissíveis, a exemplo do infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC), neoplasias, doenças respiratórias crônicas, diabetes e a hipertensão, correspondem a mais de 80% dos óbitos.

No Ceará, elas representam 70% das mortes registradas. Com 26,3%, predominam as doenças do aparelho circulatório, seguida das causas externas de morbidade e mortalidade (17,8%), neoplasias (15%) e doenças do aparelho respiratório (10,4%), de acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

Já as infecciosas foram responsáveis por apenas 4% dos óbitos do Ceará. A Pasta, no entanto, ressalta que a proporção de doenças infecciosas e crônicas não transmissíveis é dada indiretamente pelos indicadores de mortalidade.

Bruce B. Duncan, colaborador para a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), observa que essa tendência se estabeleceu em 1990 e aumenta gradativamente a cada ano. Diferentemente daquela época, quando prevaleciam doenças como diarreia e as respiratórias, sobretudo em crianças, hoje são o diabetes e o infarto que mais preocupam.

“Quando se imagina uma favela cheia de pessoas menos favorecidas, antigamente se pensava em crianças morrendo de desnutrição e diarreia. Daqui em diante, vão ser velhinhas com amputação devido ao diabetes, com dificuldade de mobilidade, insuficiência cardíaca, por aí”, destaca o especialista.

Estrutura

Duncan alerta que é preciso mudar toda a estrutura do Ministério da Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS) e do atendimento médico no País para lidar com essa questão, uma vez que, para tratar as doenças crônicas, é preciso atendimento qualificado e continuado, formando uma rede de ações para definir quem receberá esse paciente. “É preciso dar uma virada na forma que atendemos essas pessoas no Brasil”, reitera.

Pensando em termos econômicos, o especialista acrescenta que há uma preocupação que vem sendo externalizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de que essas doenças crônicas podem quebrar o SUS.

“Há uma crise na saúde pública. Os nossos hospitais estão abarrotados de pessoas com AVC, com insuficiência cardíaca, então as doenças crônicas podem levar o SUS à falência, junto com uma pequena ajuda dos nossos políticos, digamos assim”, observa. Ele adverte, ainda, que essas doenças podem diminuir o ritmo de crescimento econômico do País, já que as pessoas vão ter que gastar com remédios e internações, e esse dinheiro vai deixar de ser destinado às atividades produtivas.

Frentes

Ana Virgínia Justa, supervisora da Atenção Primária da Sesa, salienta que o Estado está trabalhando em duas frentes. Na atenção primária, na organização de processos locais com apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde; e na atenção secundária, na revisão do perfil das policlínicas, visando reduzir os casos de obesidade, prevenindo tanto a diabetes quanto as suas complicações, e diminuindo a doença renal crônica.

Conforme a gestora, trata-se de processos que foram iniciados no ano passado e deverão seguir em todos os municípios cearenses até 2018. “A gente tem isso como prioridade”, garante Ana Virgínia.

Fonte: Diário do Nordeste.

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