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Diabetes: desinformação é grande empecilho

diabetesNa semana em que se celebra em todo o mundo a luta contra a diabetes, especialistas ressaltam que a melhor forma de combatê-la é através da prevenção e da mudança de hábitos. O descaso e a falta de informação são os principais empecilhos ao tratamento. No Ceará, estima-se que 380 mil pessoas tenham o mal. Destas, cerca de 56% não sabem que são portadoras e 40% não fazem o controle adequado. Os dados são da Secretaria da Saúde do Ceará. Como forma de facilitar o tratamento e informar sobre os riscos da doença, uma série de atividades está sendo realizada na Capital.

Somente ontem, 375 pacientes foram ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF) realizar exames de fundo de olho e aplicação de laser para tratamento da retinopatia diabética, complicação visual mais comum da diabetes e que pode levar à cegueira. A campanha, também realizada no Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), fez parte das ações do Dia Mundial de Combate ao Diabetes, comemorado na sexta-feira (14).

Um dos atendidos foi o corretor de imóveis, Waldery Braga Filho, 69. Ele só descobriu a diabetes há cinco anos. Mesmo com o histórico na família, Braga se descuidou e diz que hoje se arrepende. “Gostava muito de beber e também não caminhava. Se eu pudesse voltar no tempo, eu faria muita coisa diferente, ia viver uma vida mais saudável e praticar atividade física”, lamenta. Mesmo com o arrependimento, ele admitiu que nunca fez o exame de fundo de olho.

Para a presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes – Regional Ceará (SBD-CE), Tânia Bulcão, a análise ocular é importante para detectar o grau de comprometimento e o tratamento. “Esse exame deve ser feito anualmente para todo diabético tipo 2. O paciente deve manter a glicemia controlada porque a alteração reflete na retinopatia”.

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta que os portadores da diabetes possuem 25 vezes mais chances de ter problemas na visão. Segundo Tânia, 30% a 40% dos casos evoluem para a cegueira quando o problema não é enfrentado adequadamente. “Tratando bem o paciente, a gente pode retardar ou reduzir essa progressão em torno de 40%. Por isso é importante o controle” completou.

Grupo de risco

Para a especialista, que também é endocrinologista do HGF, todas as pessoas com mais de 40 anos devem fazer o exame de glicemia. “E os pacientes que devem ser investigados com mais frequência são os de risco: hipertensos, obesos, pessoas com histórico na família, mulheres que tiveram o diabetes na gravidez e filhos com mais de quatro quilos”, afirmou. Portadoras de ovários micropolicísticos e pessoas com perda de albumina na urina também têm mais chance de desenvolver o diabetes.

Contudo, a médica ressalta que a melhor maneira de prevenir o mal é através da conscientização e, principalmente, a mudança do estilo de vida. “Aderir a hábitos saudáveis, comer frutas e legumes pelo menos uma vez por dia, e fazer atividade física cinco vezes por semana, vale para todo mundo como prevenção”, ressaltou.

Foi esta atitude que permitiu à aposentada Odênia Peres levar uma vida saudável desde que descobriu a diabetes, há 20 anos. “A prevenção evita muita coisa. Fazendo exercício físico e fechando a boca, tem como conviver com essa inimiga”, diz.

Conheça as diferenças entre diferentes tipos

Existem duas formas de a diabetes se manifestar. A do tipo 1 costuma surgir na infância ou adolescência e se manifesta pela destruição de células produtoras de insulina por anticorpos. Os portadores deste tipo podem apresentar muita sede e ir ao banheiro com maior frequência, além de perderem peso rapidamente.

Já a diabetes tipo 2 é caracterizada pela resistência insulínica, quando a produção de insulina pelo organismo é feita em quantidades satisfatórias, mas sem a ação adequada. Com isso, a glicose não é absorvida pelas células, sobrecarregando na circulação sanguínea. Os sintomas costumam aparecer após os 45 anos.

Pacientes com diabetes realizaram, ontem, exame de fundo de olho (oftalmoscopia ou fundoscopia) no HGF, que detecta desde as alterações mais comuns até mazelas graves que acometem a visão.

Fonte: Diário do Nordeste.

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