Fórmula pode prever riscos de recém-nascido se tornar obeso
Calculadora online leva em conta peso do bebê, IMC dos pais e outras informações da família
A fórmula, disponível em uma calculadora online, estima o risco de a criança se tornar obesa com base em seu peso de nascimento, no índice de massa corporal (IMC) de seus pais, no número de pessoas que viverão com ela durante a infância e em características da mãe, como se é fumante e qual seu status profissional.
Os pesquisadores disseram esperar que o método seja usado para identificar os bebês sob alto risco e ajudar as famílias a tomar medidas que evitem que as crianças ganhem peso de forma prejudicial.
A obesidade infantil é a mais frequente causa que leva à diabete tipo 2, assim como várias doenças cardiovasculares, e está se tornando um problema comum nos países desenvolvidos. Segundo a Associação Americana do Coração, quase 18% dos meninos e 16% das meninas entre 2 e 19 anos nos Estados Unidos são obesos. Na Grã-Bretanha, 17% dos meninos e 15 das meninas com idades entre 2 e 15 anos também, de acordo com o Serviço Nacional de Saúde.
“Uma vez que a criança se torna obesa, é difícil de perder peso, então a prevenção é a melhor estratégia e precisa começar o quanto antes”, disse Philippe Froguel, do Imperial College de Londres, que liderou o estudo. “Infelizmente, as campanhas públicas de prevenção têm sido bastante ineficazes entre as crianças de idade escolar. Ensinar os pais sobre os perigos da má nutrição e do sobrepeso seria muito mais efetivo”, completou.
A equipe de Froguel desenvolveu a fórmula usando dados de um estudo que avaliou 4 mil crianças na Finlândia em 1986. Inicialmente eles estavam pesquisando se era possível calcular o risco com base nos perfis genéticos, mas o teste que desenvolveram não mostrou-se eficar. Em vez disso, descobriram que as informações não genéticas disponíveis a partir do momento do nascimento eram suficientes para fazer as previsões.
A fórmula mostrou-se bastante exata não apenas entre as crianças finlandesas, mas também em testes realizados posteriormente na Itália e nos Estados Unidos. “O teste leva pouco tempo, não requer exames laboratoriais e não custa nada”, concluiu Froguel.
Apesar de concluir que fatores genéticos não são úteis na previsão de riscos de obesidade, os cientistas afirmam que um em dez casos são causados por mutações raras que afetam significativamente a regulação do apetite. Segundo os pesquisadores, os exames para esses tipos de mutações podem se tornar disponíveis nos próximos anos, uma vez que os custos da tecnologia para o sequenciamento do DNA estão caindo.
Fonte: Estadão
A ampliação do acesso ao exame citológico possibilita que a doença seja detectada precocemente No Dia Nacional de Combate ao Câncer, 27 de novembro, ontem, uma notícia animadora: alguns tipos da doença apresentam queda na incidência. No Ceará, destaca-se a diminuição de registros de câncer do colo do útero, que, em 2007, causou 6,2 óbitos a cada grupo de cem mil mulheres. Em 2010, data do último estudo divulgado pelo Ministério da Saúde, esse registro decresceu para 5,4 óbitos. “Com a prevenção, é possível detectar cedo e controlar a doença”, ressalta a diretora do Instituto de Prevenção do Câncer (IPC), a ginecologista Tânia Werton Veras, que enfatiza a importância do exame citológico (também conhecido como Papanicolau). “Com o diagnóstico, o importante é rapidamente iniciar o tratamento”, citou. Segundo ela, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estima-se que, atualmente, a cobertura desse exame chega a 77%. “Mas a outra parte é feita pela rede privada”, reiterou a médica. Contudo, explica não ser possível detectar o índice total da cobertura. Também é preciso comemorar o fato de que, atualmente, todos os municípios cearenses oferecem o exame. “O Ceará tem investido em treinamentos de médicos e enfermeiras para que as lesões sejam detectadas precocemente”, lembrou. A classe médica comemora, ainda, a tendência de decréscimo do câncer colo do útero graças à vacina para o HPV (papiloma vírus humano). Segundo o presidente do Comitê Estadual de Controle do Câncer, o mastologista e cancerologista Luiz Porto, também contribui para a redução dos registros o uso da camisinha. Ele chega a reconhecer a tendência dessa doença praticamente vir a desaparecer entre os mais jovens. O certo é que o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva lançou, ontem, informativo no qual mostra a redução na incidência e mortalidade por câncer do colo do útero nas principais capitais brasileiras. As informações foram coletadas em 22 Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP). O estudo reuniu, ainda, os números de 11 RCBP com pelo menos oito anos de série histórica para analisar as tendências da doença no Brasil, compreendendo o período de 1987 até 2009. Destaque para Curitiba, que apresentou a maior queda, tanto para o número de casos novos (-9,4%) quanto para os óbitos (-7,9%). O mastologista Luiz Porto, entretanto, admite que estão em ascensão no Ceará e no País os cânceres de mama, de próstata e o do intestino grosso, isso por conta do envelhecimento da população e dos hábitos alimentares. “As pessoas consomem menos fibras”, disse, informando que na “Terra da Luz”, continua causando preocupação o melanoma, ou seja, o câncer agressivo de pele. “Embora muitos não peguem sol durante a semana, no fim de semana abusam da exposição solar”, frisa. Fonte: Diário do Nordeste
Há muito a ser descoberto sobre câncer, e há algumas coisas que a medicina já sabe. Uma delas é que há uma relação entre alimentação e a incidência da doença – mais particularmente, sabe-se que substâncias presentes em alguns alimentos atuam como fator de proteção contra os tumores. Em São Paulo, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o Incor e unidades da Secretaria de Estado da Saúde criaram o programa Meu Prato Saudável, para conscientizar a população do papel da alimentação na prevenção de vários tipos de tumores. O prato ideal – Metade do prato deve ser preenchido com verduras e legumes (crus e cozidos), de preferência de cores diferentes (a cor do alimento indica o tipo de nutriente que ele tem, logo, quanto mais variada for, maior será a diversidade de nutrientes que a pessoa vai ingerir). – 1/4 deve ser ocupado com um alimento rico em proteína (carne de boi, frango, peixe, ovos, com pouca gordura). Essa parte pode ser complementada com leguminosas (feijão, grão de bico, soja, lentilha) -1/4 deve ser ocupado com com alimentos ricos em carboidratos, de preferência em sua forma integral, rico em fibras (arroz, massas, batatas, mandioca, mandioquinha, farinhas) Eu sei que está longe do que a gente costuma rotineiramente fazer, que é encher o prato com carboidratos, carnes e deixar um espaço pequeno pra uma saladinha ou legume. Mas é sempre possível mudar. Tudo é questão de hábito. Outras recomendações – Aumentar o consumo de alimentos preventivos do câncer, como brócolis, pimentão, cebola, alho, chá verde, rabanete; – Aumentar o consumo de fibras para 25g a 35g por dia. O consumo de seis porções diárias de grãos integrais e pães e cereais ricos em fibras ajudará a atingir este objetivo; – Reduzir o consumo de gorduras, dando preferência a preparações naturais, assados, grelhados ou cozidos; – Limitar o consumo de carnes vermelhas para menos de três vezes por semana, e mesmo assim dar sempre preferência a carnes magras. As carnes brancas, como filé de peito de frango, filé de peito de chester ou filé de peixe são boas opções; – Evitar o consumo de alimentos em salmoura, curados, em conservas e defumados; – Evitar ou moderar o consumo de bebidas alcoólicas; – Acumular 30 minutos de atividades físicas por dia, cinco dias por semana.
Uma peculiaridade do câncer infantil é que não há forma de prevenção, uma vez que não é possível explicar a razão do surgimento dos tumores
Desde que a epidemia de dengue se intensificou no país, há alguns anos, todo mundo ouve o Ministério da Saúde anunciar medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti. Mas pouca gente sabe o que tem sido feito para combater o Lutzomyia longipalpis, espécie de mosquito-palha responsável por uma doença que, de 2000 a 2011, causou mais mortes que a dengue em nove Estados – a leishmaniose visceral. Também conhecida como calazar, a doença, que antes era limitada a áreas rurais e à Região Nordeste, hoje encontra-se em todo o território e, segundo especialistas ouvidos pelo UOL, está fora de controle. Levantamento feito com base em números do Ministério da Saúde mostra que, nos últimos 11 anos, a leishmaniose provocou 2.609 mortes em todo o país, enquanto a dengue foi responsável por aproximadamente 2.847 mortes (veja quadro abaixo). O médico Carlos Henrique Costa, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, professor da Universidade Federal do Piauí e autor de vários estudos sobre a leishmaniose visceral, conta que doença era considerada tipicamente rural até 1980. A partir de então, a enfermidade começou a invadir algumas cidades grandes, como Teresina (PI) e São Luís (MA). Em pouco tempo, passou a afetar áreas urbanas de outras regiões, como Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Araçatuba e Bauru (SP), entre outras. Sudeste A expansão da doença no Sudeste, região mais populosa do país, preocupa - os dados indicam que o total de casos quase dobrou de 2000 para 2011 (foram 314 e 592, respectivamente). E, o que é mais alarmante, o número de mortes foi quase seis vezes maior: saltou de 9 para 52. A situação mais preocupante é a de Minas, que de 2000 a 2011 registrou 445 mortes pela doença – o número de vítimas da dengue não chega a metade disso. O vetor já se instalou na periferia de Belo Horizonte, segundo especialistas. “Houve um ‘boom’ de condomínios com grandes jardins e essa terra provavelmente foi trazida de locais com presença do L. longipalpis”, afirma o pesquisador Reginaldo Brazil, do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Estudos sugerem que a leishmaniose visceral canina precede casos da doença em humanos no Brasil. Se a hipótese for verdadeira, a periferia de São Paulo também corre risco de virar foco, já que há registros de animais contaminados em cidades vizinhas como Campinas e Embu das Artes. Cidades um pouco mais distantes, como Araçatuba, são consideradas endêmicas (casos ocorrem frequentemente na região) há bastante tempo. Recentemente, um foco importante da leishmaniose também foi encontrado em um canil no cemitério do Caju, na zona norte do Rio de Janeiro. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, todos os animais – ao todo 26 cachorros – foram sacrificados e o ambiente foi dedetizado. “O local vem sendo monitorado constantemente e nenhum outro caso foi notificado até o momento”, informou a pasta. Adaptação Uma vez que a espécie de mosquito-palha causadora da leishmaniose visceral acompanhou a migração populacional para o Sudeste, como um mosquito do campo foi capaz de se adaptar tão bem ao ambiente urbano? Existem várias hipóteses, nenhuma delas comprovada. “Alguns pesquisadores acreditam que se trata de uma população de vetores geneticamente distinta”, diz Costa. Mas também pode ser que o L. longipalpis seja simplesmente um inseto de fácil adaptação. “É um vetor robusto, que teve capacidade de se adaptar às mudanças do homem”, sugere Brazil. Inseticida Os famosos “fumacês” promovidos para combater a dengue não ajudam a combater o mosquito-palha? Infelizmente, não. O pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz explica que o L. longipalpis é mais noturno – aparece depois que o fumacê já passou, e os inseticidas usados para controlar o Aedes não têm efeito residual. “O vetor percebe o cheiro e se esconde”, descreve. Ou seja: o fumacê pode até desalojar o vetor da leishmaniose temporariamente, mas não o elimina. A substância mais eficaz para o controle do L. longipalpis é o DDT, que também já ajudou muito o Brasil no combate à malária, mas o composto foi banido por causar riscos à saúde e ao meio ambiente. “Os piretroides, usados atualmente, também são tóxicos para humanos, mas bem menos que o DDT”, diz a biomédica Clara Lúcia Mestriner, professora associada de parasitologia da Universidade Federal de São Paulo. Os inseticidas disponíveis hoje, no entanto, parecem não ter tanta eficácia contra o vetor, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Além disso, há outras limitações, como a possibilidade de o inseto se tornar resistente. Material orgânico Medindo de 2 a 3 milímetros, o L. longipalpis é um inseto que gosta de sombra e material orgânico em decomposição. A destinação incorreta do lixo, tão comum no país, é o chamariz perfeito para o vetor. Mas não é o único foco. Se é fácil achar o Aedes aegypti, que deposita suas larvas em locais onde há acúmulo de água, a missão é mais ingrata no caso do vetor da leishmaniose, cujas larvas podem estar escondidas na terra, ao lado de um arbusto ou de uma árvore frutífera. As preferências e a capacidade de adaptação do vetor fazem com que a doença não esteja restrita a áreas de pobreza e sem saneamento, apesar do estigma. Mas essa é a população que continuará a ser a mais prejudicada, já que a doença é mais grave em pessoas com saúde debilitada e baixa nutrição. Fonte: UOL
Ações de responsabilidade social serão desenvolvidas junto a colaboradores e clientes
O governo vai concentrar esforços para aprovar até 2013 a lei de responsabilidade sanitária, uma variação da lei de responsabilidade fiscal para a área da saúde. O texto permite, por exemplo, punir administradores quando for constatada a ausência de atendimento básico ou quando verba carimbada para a saúde for destinada para outro fim. Entre as penas em análise estão a multa, perda do cargo público e a suspensão de direitos políticos. Considerada uma ferramenta essencial para melhorar a gestão, a proposta se viu às voltas até agora diante de uma forte resistência. A principal crítica era o rigor das penas: administradores que não cumprissem metas estabelecidas poderiam ser presos. O ponto de polêmica foi retirado, a proposta abrandada e, com isso, governo confia que a discussão agora ande mais rápido. Dois projetos sobre o tema tramitam no Congresso. O mais antigo, de 2007, foi apresentado pelo deputado Dr. Rosinha (PT-PR) e está sob a relatoria de Rogério Carvalho (PT-SE). O senador Humberto Costa (PT-PE) trouxe outra proposta ano passado. Interessado na aprovação, o Ministério da Saúde passou a trabalhar por um acordo. “Traçamos uma estratégia comum: apoiar o projeto que estiver no estágio mais avançado da tramitação, justamente para dar mais rapidez ao processo”, contou. Carvalho confirma: “A ideia é dar agilidade a toda discussão”. Na Câmara, o projeto está na Comissão de Finanças e Tributação. O texto do Senado aguarda avaliação na Comissão de Constituição e Justiça. Tanto Carvalho quanto Costa avaliam que o documento ainda passará por modificações. “O principal será mantido: ter à disposição um mecanismo que garanta a execução das metas estabelecidas pelos administradores”, resumiu Carvalho. Fonte: O Estado de S. Paulo