Norte e Nordeste sofreram menos com pandemia de gripe A, diz estudo
Cientistas brasileiros e do exterior analisaram mortes de 1996 a 2010. Pesquisa desafia a ideia de que vírus ‘influenza’ é mais mortal nos trópicos.
Um novo estudo feito por cientistas brasileiros e do exterior revela que a região equatorial do país foi a menos atingida pela pandemia de gripe A (H1N1) em 2009.
O trabalho foi publicado na revista científica “PLoS One” e desafia a ideia de que esse tipo de vírus influenza era mais mortal nos trópicos.
Segundo a doutora em biologia Cynthia Schuck-Paim, principal autora da pesquisa e diretora da empresa Origem Consultoria Científica, em São Paulo, o trabalho foi feito com base na análise de dados de mortalidade por causas respiratórias e circulatórias em todos os estados do Brasil entre 1996 e 2010.
“Verificamos as mortes até 2008 para estabelecer um padrão básico antes da pandemia e compará-lo com os óbitos observados no período entre junho de 2009 e maio de 2010. Chegamos à conclusão de que, nessa última fase, os casos foram muito mais severos”, explica.
Os cientistas, ligados ao Centro Internacional Fogarty, do Instituto Nacional de Saúde dos EUA, chegaram à conclusão de que durante a pandemia houve um aumento significativo nas mortes por influenza e pneumonia, principalmente na população de 25 a 65 anos, independentemente de fatores sociais ou demográficos.
O impacto também não foi homogêneo em todo o território: as regiões Sul e Sudeste registraram o maior número de óbitos, que diminuíram progressivamente em direção ao equador. Além disso, as mortes no Norte e no Nordeste foram mais tardias. Os estados de Roraima, Acre e Piauí foram os que apresentaram menos vítimas pela gripe suína.
“O clima desempenhou um papel fundamental na dinâmica da pandemia, assim como observamos na circulação das epidemias anuais de influenza durante o inverno”, diz Cynthia.
A pesquisadora acredita que estimativas mundiais superestimaram os casos, pois usaram métodos indiretos de investigação.
“Ainda não é possível distinguir, sem dados de laboratório, quais mortes foram causadas por influenza e quais foram por outros patógenos. Por isso, em vez de estimarmos o número exato de óbitos, nos centramos no aumento da taxa de mortalidade durante a pandemia e a magnitude disso em cada estado”, destaca.
Futuras pandemias
A autora diz, porém, que esses dados não podem indicar que eventuais pandemias no futuro vão seguir esse mesmo padrão.
No caso da gripe espanhola, que matou até 100 milhões de pessoas no mundo todo entre 1918 e 1919 – incluindo o então presidente do Brasil, Rodrigues Alves –, a mortalidade foi altíssima, por exemplo, em um país tropical como o Senegal.
“No caso específico da pandemia por influenza A, houve diferenças consistentes de mortalidade em termos de latitude. Mas não podemos extrapolar essas conclusões para outros vírus respiratórios, pois cada um se comporta de maneira peculiar, levando em conta também a imunidade da população e a eficiência dos recursos para combater esse patógeno”, afirma Cynthia.
Fonte: G1

A Semana Mundial do Aleitamento Materno começa hoje (1º) e vai até a próxima terça-feira (7) em mais de 170 países. O objetivo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é estimular a amamentação e melhorar a saúde de crianças menores de 5 anos em todo o mundo. A data comemora a assinatura da Declaração de Innoceti, em agosto de 1990, por diversos países – incluindo o Brasil. Entre os objetivos apresentados pelo documento estão estabelecer um comitê nacional de coordenação da amamentação e adotar uma legislação que proteja a mulher que amamenta no trabalho. A OMS defende que o aleitamento materno é a melhor forma de fornecer ao recém-nascido os nutrientes necessários. A orientação é que o bebê receba exclusivamente o leite materno até os 6 meses e, depois disso, ele seja associado a outros alimentos até que a criança complete 2 anos ou mais. No caso do colostro (tipo de leite mais grosso e de cor amarelada produzido ao final da gestação), a recomendação é que ele seja fornecido ao recém-nascido até uma hora após o parto. Dados da organização indicam que a malnutrição responde, direta ou indiretamente, por praticamente uma em cada três mortes entre crianças menores de 5 anos, sendo que mais de dois terços delas são associadas a práticas inapropriadas de alimentação e ocorrem no primeiro ano de vida da criança. “Nutrição e carinho nos primeiros anos de vida são cruciais para uma boa saúde e para o bem-estar ao longo da vida. Na infância, nenhum presente é mais precioso do que o aleitamento materno. Ainda assim, menos de um em cada três bebês é exclusivamente amamentado durante os [primeiros] seis meses de vida”, informou a OMS. Confira os dez passos definidos pela Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano para o sucesso da amamentação: – Ter uma política de aleitamento materno escrita, que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde; – Capacitar toda a equipe de cuidados da saúde nas práticas necessárias para implementar essa política; – Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do leite materno – Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento do bebê; – Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas dos filhos; – Não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação médica; – Praticar o alojamento conjunto, permitindo que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas; – Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda; – Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas; – Promover grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos na alta da maternidade. Fonte: Agência Brasil